Histórico do Colégio Estadual da Bahia: Central
O Colégio Estadual da Bahia – Central
foi criado pela Lei n. 33 de 9 de março de 1836
com a denominação de Liceu Provincial da Bahia, passando a funcionar
apenas em 1837 quando da sua instalação no Convento dos Frades Agostinianos,
atual Universidade Católica do Salvador - UCSal, na Palma. O advento da
República altera sua denominação, em 1890, para Instituto Oficial de Ensino
Secundário. Em função das deficiências concernentes à sua grade curricular,
passa, em 1895, a
ser equiparado ao Colégio Pedro II, na época Ginásio Nacional, recebendo a
denominação de Ginásio da Bahia. Com este nome atravessou o inicio do século XX
destacando-se como educandário de excelência, e em 1942, a partir da Reforma
Capanema, recebe a denominação de Colégio Estadual da Bahia. Não atendendo às
crescentes demandas de seus educandos, passou a estabelecer seções em prédios
distintos do seu conjunto patrimonial, obtendo, a partir de 1949, a denominação de
Colégio Estadual da Bahia – seção CENTRAL, com a qual ficou consagrado até os
dias de hoje.
Constituiu-se, enquanto vanguarda, no
que se refere às relações sociais de Gênero por abrigar turmas mistas,
matriculando quatro alunas em 1900. Enquanto o Colégio Pedro II, seu
referencial de equiparação, registra em seu corpo discente a primeira aluna em
1931, o Central, na época Ginásio da Bahia, conta com a sua primeira
professora, Hedyr Peltier dos Santos Cajueiro, em 1927.
O educandário em pauta destaca-se,
também, no que se refere à excelência de sua proposta pedagógica por ter
implantado em 1936 o Curso Complementar destinado às carreiras de Direito, Engenharia,
Medicina e Odontologia. Neste diapasão, vale ressaltar, que de cada cem vagas
oferecidas pela Faculdade de Medicina, oitenta eram preenchidas por alunos
deste Colégio.
O Colégio Estadual da Bahia exerceu
papel fundamental durante a Ditadura Militar, uma vez que se tornou epicentro
de manifestações contra o regime ditatorial e muitos de seus alunos passaram a
se engajar no movimento estudantil contra-atacando a opressão que se instalou
no país.
Compuseram seus quadros docente e discente expoentes da sociedade baiana de consignada reputação, sendo a única instituição educacional secundarista pública até 1942, em Salvador. Sua trajetória pedagógica se caracteriza por ministrar, até a crise que se instala nos anos 70 do s. XX, uma educação democrática e de excelência, contemplando as classes menos privilegiadas, negros e mulheres, que passam a se destacar no cenário intelectual soteropolitano.
Déborah Kelman
Tenho orgulho em dizer que fui aluna do Colégio Central nos idos de 1977 a 1979. Tendo sido aluna e conhecendo a sua história e a importância na formação educacional baiana, muito me entristece o abandono e a decadência a que esta instituição foi submetida pelos nossos desgovernantes.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu, que fui aluno do CENTRAL durante a ditadura militar, subscrevo e atesto o aqui escrito pela historiadora Débora Kelman.
ResponderExcluir(Paulo Oisiovici)
Não vi nada sobre a palestra proferida por ex-alunos do CENTRAL. Uma pena. Espero que não tenha sido censurada.
ResponderExcluirTambém amigo
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